domingo, 11 de dezembro de 2011

Livro - As memórias de Phill

Galera, estou começando a escrever um livro. Aqui vai o que já escrevi:

As memórias de Phill: O relógio do tempo



Da rua onde morava até o fim dos tempos..

1

Já se passa das 19h: 30m. Confesso que estou medo. Não lembro onde moro, quem são meus pais, se é que tenho. Só lembro que meu nome é Phill Stenforld e tenho 15 anos. Acordei já faz cinco minutos. Agora que estou de olhos bem abertos e vendo a imensa devastação que sofrera a cidade a qual não sei o nome, sei que preciso fazer algo, sair de onde estou. Um lugar repleto de cinzas, pedregulhos, DESTRUIÇÃO.
Carrego comigo um relógio de bolso, uma velha mochila da Hurley e uma gaita de boca, que não sei por que estão comigo. Uma gaita muito parecida com uma Hohner  dourada que o grande Bob Dylan usava, e um relógio dourado que tem um brilho muito diferente. Vendo melhor o que há por dentro da mochila, encontro cadernos, cadernos e mais cadernos. Há também um livro encapado com os dizeres: “Siga em frente, não há o que temer”. Será que eu escrevi isso?
Bom, com todo esse material escolar que se encontra em minha mochila, presumo que estava na escola. Escola chamada Estáquio Hersh. Estou parado bem em frente ao que outrora devia ser o prédio da instituição de ensino. Bem aos meus pés está a placa com o nome completo da escola: “Escola Estadual de Ensino Médio Estáquio Hersh”. Por sorte essa placa está digamos, inteira. Este lado da cidade foi parcialmente devastado por algo ou alguém. Alguma coisa terrível provocou tal destruição. Agora só me resta saber quem ou o que causou tudo isso.
São 19:47, estou começando a lembrar de pouquíssimas coisas, o que é muito bom pra quem no momento lembra somente o nome e a idade. Imagens da cidade movimentada me vêm à cabeça, e lembro de algumas ruas e seus respectivos nomes. Vejo a
cidade em um dia ensolarado, muitos carros, um trânsito um quanto congestionado. Muitas pessoas nas ruas, algumas caminhando apressadamente, outras apenas a passeio. Não sei se estou recordando o que aconteceu antes de toda essa catástrofe, ou se estou delirando. Onde está todo mundo? Foram mortos? Foi preciso fugir?
Estou na rua Évelis Hersh, próximo a escola Estáquio Hersh. Andando por essa rua, minha mente vai se recuperando, lembro de mais algumas coisas. Essa rua é ou era a rua onde eu moro ou morava. Lembro de quando estava saindo de casa pela manhã. O dia já estava nublado e com ventos fortes, fortes o bastante pra levantar meus cabelos e me deixar com um pouco de frio. Estava vestido com a mesma roupa que estou agora: um Moletom azul, uma bermuda jeans e um tênis preto da Vans, daqueles que não têm cadarço. Sim, estou usando uma bermuda Jeans, por mais que o tempo não esteja colaborando. Ventava muito. O frio que fazia de manhã circunda a noite também. A cena em minha cabeça termina quando, alguém que não consigo distinguir quem é, abre a porta e diz:
- Vá com Deus querido, e boa aula!

Analisando melhor, vejo que algumas casas não foram destruídas, mas também não ficaram intactas. As árvores estão retorcidas de uma forma estranha, formando arcos em meio à calçada. Um poste pisca, e a luz de uma casa está acesa. Antes que eu pudesse respirar fundo e acreditar que tudo isso estava mesmo acontecendo, uma voz feminina chamou por mim e logo cinco garotos estavam sobre mim. Três garotas e dois garotos, todos aparentando uma idade entre 14 e 16 anos. Uma das garotas, de cabelos castanhos-escuros, pulou em mim ao mesmo tempo em que me deu um abraço longo, apertado e ofegante, dizendo:
- Phill, procuramos você em todos os cantos. Onde você se meteu? Está bem? Eles te machucaram?
- Quem é você? - eu disse.
- Não é hora de brincadeiras, você sabe quem eu sou. Sou a Lisa, bobalhão. Disse ela com uma curta e cativante risada.
- Não sei quem é você e nem seus amiguinhos.
- Phill, o que eles fizeram com você?
- Eles quem? – indaguei com curiosidade
Seus rostos são familiares, estou tentando rapidamente lembrar quem são.
- Os monstros de fogo, água, terra e ar. Eles devem, de alguma maneira, ter apagado sua memória. Venha conosco, vamos pra dentro de casa, vamos lhe contar tudo o que aconteceu aqui há 2 dias.
                            



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